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Acolhimento à estudante estrangeira também é Inclusão

  • Foto do escritor: Melissa Martins
    Melissa Martins
  • 18 de ago. de 2020
  • 3 min de leitura

Atualizado: 19 de ago. de 2020

Ontem, tive uma produtiva conversa com uma educadora, amiga de São Paulo, por meio de aplicativo de mensagens, a respeito da situação de uma estudante do Ensino Fundamental (8º ano) imigrante, de origem árabe, que havia se mudado para o nosso país, com a família, e que está dando entrada no Colégio onde ela trabalha como Coordenadora. Muitas são as dúvidas de como INCLUIR essa estudante. Qual a forma mais assertiva? Quais os procedimentos? Quais as adaptações necessárias? Intérprete de línguas? Como acolhê-la? Adaptações curriculares?

Quem me conhece sabe que penso melhor quando escrevo. Então, não pensei duas vezes, pedi-lhe um tempo e produzi o texto a seguir, com algumas orientações bem pertinentes. Se você tiver uma experiência a esse respeito, compartilhe nos comentários. Essa troca é muito rica e válida! Pluralidade!

Cada ano mais instituições de ensino, que não contavam com estudantes estrangeiros, precisam se adaptar para recebê-los e enfrentar as barreiras linguísticas que desafiam a comunicação entre escolas e famílias. As crianças e adolescentes, de fora do país, são responsáveis por trazer maior pluralidade à rede de ensino.

O Colégio não deve deixar de consultar a secretaria de Educação da sua região. Pode ser que a Secretaria tenha políticas específicas para apoiar as escolas em relação aos estudantes estrangeiros. Em São Paulo, há o Núcleo de Inclusão Educacional (NINC), da Secretaria de Educação do Estado. Procurar o órgão educacional, com o objetivo de buscar a legislação vigente e ajudar os docentes com materiais didáticos a respeito dos diferentes assuntos da cultura dela.

Quando a cultura do país de origem é muito diferente, vale entender se existem restrições ou alguma outra necessidade de atenção para o atendimento efetivo e assertivo da estudante. A gestão escolar pode identificar, junto aos familiares, características culturais como vestimentas (uso do véu, não permissão de uso de calças compridas ou legging, por exemplo), horário reduzido no Ramadã ou o não consumo de determinados alimentos.

Existe a necessidade de se ter maior atenção, no caso de famílias refugiadas. Vale também tentar conversar a respeito da razão da vinda da família para o nosso país. É importante saber como foi a saída do país de origem para saber se houve algum tipo de trauma que possa impactar, direta ou indiretamente, na convivência ou na aprendizagem da estudante. Situações de violência física ou psicológica, causadas por guerras ou conflitos armados, questões de perseguição religiosa ou política e extrema vulnerabilidade social são alguns dos fatores que podem causar trauma tanto na família quanto na estudante.

Buscar outros funcionários ou mesmo outros estudantes que dominem a língua da estudante estrangeira pode ajudar nessa comunicação. No caso de não contar com alguém que fale essa língua ou intérprete, é possível verificar se a estudante fala uma segunda língua, mesmo que não seja fluente. No caso da estudante ser árabe, então, é bem provável que fale inglês, que é mais comum para o Colégio. Portanto, colocá-la em contato com um professor ou estudante que fale o idioma será de grande valia.

Para o cotidiano escolar, é recomendável ter uma pessoa de referência da estudante estrangeira que possa auxiliá-la na comunicação e nas demandas do dia a dia.

É recomendável, também, a utilização de placas indicativas dos espaços escolares nos idiomas falados pelos estudantes estrangeiros, bem como o uso de aplicativos de tradução simultânea.

O aprendizado da Língua Portuguesa pode ser rápido ou não, depende de inúmeros fatores. Mas não é incomum, mesmo entre pessoas que falam idiomas muito diferentes, como o árabe. Pode ser que, em poucos meses, ela aprenda a falar português e já esteja muito bem na escola, por exemplo, ou não.

Deve-se ter em mente, que integrar a estudante imigrante é uma das responsabilidades de todos do Colégio. Para o desenvolvimento de um trabalho de acolhimento à estudante, a ideia é que todos participem, desmistifiquem e acabem com um preconceito que abrange a cultura da mais nova colega de classe. É importante para entender e aprender costumes e tradições diferentes.

Com relação às adaptações das mediações e avaliações, mantenha a serenidade. Aos poucos, descobrindo o que essa estudante já tem como aprendizagem, pode-se delinear a adaptação mais assertiva. Obviamente, nem pense em fazer uma avaliação na Língua Portuguesa, nesse primeiro momento. Ela pode ter aula da nossa língua no contra turno.

Existem alguns documentos importantes que devem ser conhecidos pela comunidade educativa.

Documento Orientador Estudantes Imigrantes—Matrícula e Certificados e Documento Orientador Estudantes Imigrantes: Acolhimento, são materiais, disponibilizados para as instituições de ensino (disponibilizarei mais a seguir), que surgiram a partir da demanda das próprias famílias imigrantes, que buscavam maior integração.

Aproveito para indicar tanto os documentos citados, como os órgão competentes em SP.

Documentos

Site





#pracegover #pratodosverem #textoalternativo Dois posts disponibilizados com as capas dos documentos citados no texto. Documento Orientador Estudantes Imigrantes: Acolhimento e Documento Orientador Estudantes Imigrantes: Matrícula e Certificados.


 
 
 

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